segunda-feira, março 12, 2007

Retrato de família

É sábado à noite. A companhia que veio aqui
(E que foi agradável) já se foi. Tu estás, eu sei
Louco, numa festa!, na terra ancestral
Regressado dessa ausência que tanto me custou
Mesmo sabendo o bom que fora para ti.

Mas ainda é cedo para me deitar; vagueio então
Por estes locais virtuais, recordações já, as fotos
Que te tirei, os poemas que te escrevi. E vou
(Olha que os meus sentimentos aí são nebulosos!)
Até ao blog que tu e os teus amigos fizeram
(Que li antes, perversamente, com pensamentos invejosos...)
Para estar uma vez mais no que era quando
Todos os dias temia que por eles te perdesses de mim.

E há últimas imagens! Que não conhecia
E que são da tua despedida desses locais
Onde foste tão feliz! E até apareces, como tinha que ser!,
Num pequeno vídeo, feito estrela musical,
A extravasar o teu humor e a tua alegria!

E sem perceber porquê sou eu quem está saudoso
Vem-me um soluço de nostalgia
E a zanga comigo mesmo por ter tido inveja,
Por ter sido ciumento, por ser odioso
O veneno posto na tua inocente harmonia.

Talvez o que sinto agora seja redenção
Rir-me por te ver ali tão tolo a divertir-te assim
Entregue aos que te amaram como merecias
Pelo que foste para eles como és para mim
Lugares diferentes e o mesmo coração.

E lamento ter sentido o que senti
Lamento não ter estado, aqui, sempre convosco
Nas imagens que mandaste, e, em vez, ter sido
Mordido pela corrupta inveja por não ser um deles e lá
Não estar. E tenho saudades como se fosses tu a tê-las
Comovo-me a imaginar a tua nostalgia
Ao ver o retrato de família e a nova estrela da música popular
Italiana... Quem me perdoará?

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