domingo, julho 02, 2006

Ondulante

Os objectos pendem gritando sobre o vazio
na suspensão gratuita do espaço ocupado
neste ar baço que não cansa respirar
sempre fresco e renovado na intenção
pavio apagado, abraço e carência perdida

nada se sabe a bordo deste navio
que destino obscuro ou vontade escondida
se é acordado ou adormecido que perduro
ou se é na vaidade da brusca investida
que o sonho se torna intruso e cretino

mas que a impaciência voltou combalida
neste avanço inconstante, algo azedo
é uma certeza que confirma a eloquência
deste barco que zarpa relutante
na deriva aspirante do meu medo

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