sábado, junho 17, 2006

Cheia

Ardia a luz nas covas brancas
e tudo cá dentro palpitava
o fumo que me emudecera as cordas
tornara-me clarividente...
mas tu, bem diferente,
no embalar das tuas palavras
(cascatas explosivas de cartilha não lida)
puxaste a água há muito contida
que por um instante, de tão belo,
pensei não ser estanque o suficiente

a corrente abrandou, devagar
quando de novo a respirar
te senti quente no meu peito
Nessa noite empoleirados
nesse leito viscoso de lua
percorri-te lentamente
e soube de repente
que algo assim se consumou
e por fim se unificou

0 Comentários:

Enviar um comentário

Subscrever Enviar feedback [Atom]

<< Página inicial

Creative Commons License
Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons.